O uso de anfetamina como maneira de ficar mais tempo na ativa
E aí, galera? A postagem dessa semana será sobre outra droga utilizada pelos estudantes com intuito de ficar “ligadão”! As anfetaminas, que são drogas sintéticas (produzidas em laboratório) estimulantes do Sistema Nervoso Central.
O Brasil é o maior consumidor mundial de anfetaminas, dado que preocupa as autoridades de saúde pública. Para cada mil habitantes, são consumidos nove comprimidos de anfetamina por dia, uma droga que produz tolerância e traz prejuízos indiscutíveis à saúde.Por exemplo, entre estudantes brasileiros do 1º e 2º graus das 10 maiores capitais do país, 4,4% revelaram já ter experimentado pelo menos uma vez na vida uma droga tipo anfetamina. O uso frequente (6 ou mais vezes no mês) foi relatado por 0,7% dos estudantes. Este uso foi mais comum entre as meninas.
A substância foi amplamente utilizada na segunda Guerra Mundial para manter os soldados acordados e mais ativos no esforço de guerra. Ficou evidente também que as anfetaminas se mostraram eficazes para deixá-los mais atentos e confiantes, diminuíam a sensação de fome e fadiga. Passado algum tempo, porém, as autoridades médicas da Inglaterra verificaram que, sob o efeito dessas drogas, o desempenho dos pilotos da RAF (Royal Air Force) ficava seriamente comprometido e proibiram seu uso.
Hoje, é chamada de rebite pelos motoristas que precisam dirigir durante várias horas seguidas sem descanso, a fim de cumprir prazos pré-determinados. Também é conhecida como bolinha por estudantes que passam noites inteiras estudando, ou por pessoas que costumam fazer regimes de emagrecimento sem o acompanhamento médico.
Existem vários tipos de anfetaminas, como a 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), conhecida como "Ecstasy", a matanfetamina e o metilfenidato, composto presente na Ritalina®, medicamento utilizado para tratar de déficits de atenção e hiperatividade em adultos e crianças e por muitos estudantes que buscam e aumentar o rendimento.
Qual o seu mecanismo de ação e os seus efeitos no corpo?
As anfetaminas são agonistas indiretos das sinapses adrenérgicas, dopaminérgicas e serotoninérgicas, por inibição competitiva do transporte de neuromediadores implicados na sua ativação. Isso ocorre por apresentarem certa similaridade estrutural dessa droga com a dopamina e a norepinefrina. Assim, atuam como falso neurotransmissor nos receptores alfa e beta-adrenérgicos, o que produz um efeito similar nos axônios pós-sinápticos, mas que não passa pela ativação dos canais de cálcio, ou seja, sem que haja despolarização da membrana axonal. Nas sinapses serotoninérgicas, quando em grandes quantidades, podem inibir a recaptura da serotonina. Com isso, aumenta a quantidade dessas substâncias e suas funções ficam exacerbadas no organismo.
A pessoa que faz uso dessa droga fica eufórica, inquieta e com uma fala acelerada; apresenta uma maior criatividade, percepção de maior energia, sensação de bem estar, maior concentração, um aumento do estado de alerta, sensação de poder e superioridade, excitabilidade; executa uma atividade qualquer por mais tempo, sentindo menos cansaço, fazendo com que seu organismo reaja acima de suas capacidades, exercendo esforços excessivos.
Mas cuidado...
O excesso de anfetamina torna a pessoa mais agressiva, com irritabilidade, prejuízo de julgamento, ansiedade, nervosismo, depressão, ataques de pânico, paranoia e até alucinações (psicose anfetamínica). Além disso, pode causar midríase (dilatação das pupilas), pele pálida devido à contração dos vasos sanguíneos, suor e calafrios, insônia, convulsões pelo aumento da temperatura do corpo, taquicardia e aumento da pressão arterial, o que pode gerar infarto agudo do miocárdio ou arritmias cardíacas. No cérebro podem ocorrer acidentes vasculares (derrames) e isquemias (prejuízo na circulação sanguínea em pequenas áreas), acarretando como conseqüência, neste último caso, diminuição da atenção, concentração e memória.
Com o uso contínuo, a droga passa a fazer menos efeitos e o usuário necessita de maiores doses. Assim, quando o efeito da droga passa, o usuário sente uma grande falta de energia e depressão, não conseguindo realizar nem as tarefas que fazia anteriormente ao uso.
Referências:
- Anfetaminas e análogos. Intoxicação por drogas de abuso. Autoria Desconhecida. Disponível em: <http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mVIII.anfe.htm>. Acesso em: 12 abr. 2015.
- DEPARTAMENTO DE PSICOBIOLOGIA (São Paulo). Unifesp. Anfetaminas. Disponível em: <http://www2.unifesp.br/dpsicobio/drogas/anfeta.htm>. Acesso em: 12 abr. 2015.
- CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICOTRÓPICAS (São Paulo). Unifesp. Anfetaminas - bolinhas e rebites. Disponível em: <http://www.cebrid.epm.br/folhetos/anfetaminas_.htm>. Acesso em: 13 abr. 2015.
- CORDAS, Táki; ROCCO, PatrÍcia. Anfetaminas. Entrevista por Dráuzio Varella. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/anfetaminas/>. Acesso em: 13 abr. 2015.
- NASCIMENTO, Bruno. Anfetaminas. 2008. Blog Neurotransmissores. Disponível em: <http://neuromed88.blogspot.com.br/2008/10/anfetaminas.html>. Acesso em: 13 abr. 2015.
Eita, café e depois ritalina? Esse blog tem mesmo a cara dos universitários, ein? HAHAHA mas como vcs lembraram, as anfetaminas trazem mais riscos do que "benefícios", o que fez a sua venda ser proibida há um tempo justamente devido a tantos malefícios e usos indevidos, mas ano passado, em setembro, elas foram liberadas novamente nos inibidores de apetite que contêm femproporex, mazindol e anfepramona na fórmula. Agora esse debate de vcs se torna mais necessário ainda!!! Com a volta da liberação das anfetaminas, é preciso divulgar os riscos que estas trazem com seu uso indevido, pois agora é "mais fácil" o acesso por aqueles que visam o emagrecimento instantâneo, jovens que querem aproveitar as inúmeras horas de festas (ou, no nosso caso, aproveitar as inúmeras horas de estudos haha) e caminhoneiros que, ignorando o cansaço natural de seus corpos, forçam-os a extremos nas estradas. E em todos estes casos as consequências podem ser mortíferas... Mas e quem vê nesses medicamentos uma forma de combater a obesidade? Então? Proibir ou não?... Tema polêmico esse de vcs, ein? haha
ResponderExcluirNo aguardo de mais polêmicas :D
GRUPO L
ResponderExcluirAs anfetaminas, são drogas sintéticas, fabricadas em laboratório. Não são, portanto, produtos naturais. Existem várias drogas sintéticas que pertencem ao grupo das anfetaminas, e como cada uma delas pode ser comercializada sob a forma de remédio, por vários laboratórios e com diferentes nomes comerciais. Por exemplo, podemos citar a Dietilpropiona ou Anfepramona vendida pelos nomes Dualid S®; Hipofagin S®; Inibex S®; Moderine®; a Fenproporex comercializada como Desobesil-M®; Mazindol pelos nomes Fagolipo®; Absten-Plus®; e a Metanfetamina e a Metilfenidato vendidas respectivamentes com os nomes Pervitin® e Ritalin.
O Pervitin® foi retirado do mercado brasileiro, mas é encontrado no Brasil graças à importação ilegal de outros países sul-americanos. Nos Estados Unidos é cada vez mais usado sob o nome de ICE.
GRUPO C
ResponderExcluirAcho pertinente fazer um breve histórico da anfetamina. Essa droga foi sintetizada por um químico alemão, Lazar Edeleanu, em 1887. Na década de 30, começou a ser comercializada sob forma de inalante para tratar congestionamento nasal, no tratamento de narcolepsia (um tipo de distúrbio do sono) e no Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. O uso desse psicotrópico cresceu no período da 2ª Guerra Mundial, pois era distribuída para soldados. Apenas em 1971, nos Estados Unidos, iniciou-se um controle pela exigência de receita para sua aquisição.
Esperando novas postagens!
GRUPO E
ResponderExcluirGenial esse post! Assim, fica nítidos alguns dramas que passam a indústria farmacológica quando descobrem novas substâncias até aplicarem no mercado. Além disso, nota-se a presença mais complexa de problemas na medicalização da saúde, como é o caso da automedicação citada para melhorar o rendimento nos estudos, uso indiscriminado, entre outras. Parabéns pela relevância do assunto.
GRUPO A:
ResponderExcluirFala galera, tudo numa nice? Muito esclarecedora e interessante a postagem, pois é mais uma vez, sobre um tema bastante pertinente à vida universitária. As anfetaminas são drogas de uso crescente não só no Brasil, mas também em vários locais do mundo, nos Estados Unidos por exemplo, a metanfetamina (uma anfetamina) tem sido muito consumida na forma fumada em cachimbos, recebendo o nome de “ICE” (gelo) e sendo vista até em clipes de rappers americanos. Contudo, gostaríamos de falar em especial da 3,4 - metilenodioximetanfetamina (MDMA), também conhecida pelo nome de “ecstasy”, e que tem sido uma das drogas com maior aceitação pela juventude inglesa e agora, também, apresenta um consumo crescente nos Estados Unidos.
A chamada ‘’droga do amor’’ foi produzida por uma indústria farmacêutica no ano de 1914 com o intuito de ser utilizada como supressora do apetite, mas nunca foi utilizada para essa finalidade. Nos anos 60, começou a ser utilizada por psicoterapeutas para elevar o ânimo de pacientes; e na década de 70 passou a ser consumida recreativamente, sendo disseminada principalmente entre estudantes universitários. Lembrando que o uso da substância é proibido em vários países, inclusive no Brasil. Entre seus vários efeitos nocivos, temos que o uso de ecstasy ligado à intensa atividade física (dançar por várias horas, por exemplo) pode causar aumento da temperatura corporal bem como hemorragia interna, o que pode levar à morte. O aumento da temperatura corporal tem alguns sintomas como desorientação, parar de transpirar, vertigens, dores de cabeça, fadiga, câimbras e desmaio.
Dessa forma, que fique um alerta para os estudantes de maneira geral, aguardamos ansiosamente mais publicações e discussões.
GRUPO A:
ResponderExcluirReferências:
http://www.antidrogas.com.br/anfetaminas.php
http://www.brasilescola.com/drogas/ecstasy.htm
GRUPO M
ResponderExcluirÉ relevante saber que no Brasil, a anfetamina é uma causadora de farmacodependência. A OMS indica o uso dessas drogas apenas para pacientes que sofrem de ansiedade clínica bem definida, pois só são necessários três meses para que sejam criadas dependência e síndromes de abstinência.
Há uma enorme polêmica envolvendo a prescrição de anfetaminas para o tratamento do sobrepeso e que os endocrinologistas seriam os responsáveis por essa situação. Em função disso, a SBMB (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) divulgou uma nota que esclarece que os remédios para emagrecer existentes no mercado são a dietilpropiona e o femproporex, derivados feniletilamínicos, a mesma molécula que deu origem às anfetaminas. Esses derivados possuem uma modificação na cadeia lateral da feniletilamina que as transformam em substâncias, com seus respectivos nomes e atividades, semelhantes às das anfetaminas. Esta modificação, tem como objetivo modular os efeitos para serem mais inibidores de apetites, menos excitatórios e com menos grau de dependência. O ex-presidente da SBEM deixa claro que os principais prescritores de remédios para emagrecer são os médicos que não tem formação em endocrinologia, e que os endócrinos são cuidadosos ao fazer a prescrição de tais medicamentos, preferindo o uso de medicamentos industrializados e não simplesmente os princípios ativos manipulados.
Referências:
http://www.endocrino.org.br/afinal-o-que-sao-anfetaminas/
http://cefal-unifal.blogspot.com.br/2014/09/o-uso-de-anfetaminas.html
Grupo I
ResponderExcluirFala, galerinha!!!!
Então, sobre o uso de anfetamina para perda de peso é IMPORTANTÍSSIMO salientar que que ela reduz o apetite por um período limitado, levando muitos indivíduos a aumentarem a dosagem da droga por conta própria com a finalidade de prolongarem o efeito, portanto, embora no início a droga cause a rápida perda de peso, após a suspensão o apetite aumenta exageradamente e a pessoa, muitas vezes, acaba ganhando mais massa do que tinha inicialmente hahahaha, aí c já pode ver o ciclo vicioso. Infelizmente, o abuso e dependência de anfetaminas, no Brasil, ainda são pouco estudados, porém já se é consenso que seu uso contínuo provoca quadros psiquiátricos graves de depressão profunda e irritabilidade com viradas de euforia, ou seja, uma hora o cara tá tristão, moh deprê, escutando Pablo e pouco tempo depois ele já tá bem doidão, feliz da vida e com um sorriso maior que o do Joker, vulgo Coringa (aquele do Batman) hahahahaha.
Então é isso, galera, abraço.
Vida longa e próspera \\//
GRUPO D
ResponderExcluirNossa isso é que é entender o mundo universitário! Começou com nosso “super cafezinho” e agora isso: as anfetaminas...
Nessa rotina puxada de estudante quem nunca teve a sensação de que não daria tempo terminar a matéria?! De que o dia precisava de mais horas?! Coisas como essas levam muitos universitários ao uso de anfetaminas, negligenciando os danos em longo prazo que elas podem causar e levando em conta só as vantagens imediatas. Isso pode ser causado por uma característica que muitos jovens têm de pensar que nada de mal pode lhes acontecer, que coisas ruins só acontecem com os outros...
Cuidado universitários... A gente não é indestrutível e a vida não se resume ao agora!!!